DELIRIO NA SOLIDÃO



Largado como um moribundo.
Olho para os lados e nada vejo.
Penso que escutei, mas não existia som nenhum.
Estou sozinho cercado pelos quadros e sofás.
Minhas mãos tremem.
Meu corpo sente frio.
Meu pensamento viaja.
Amanhã outro dia.
Pra que outro dia, estou sozinho.
Não tenho nada, somente um vazio no peito.
Um peito que clama por algo.
Não aguento mais.
Meu peito pede.
Meu peito implora.
Os passos lentos caminham para o fim.
Preciso gritar.
Fecho os olhos.
Abro os braços.
Relaxo a mente.
Um suspiro de liberdade.
Deixo-me levar ao fim do abismo.
Não me importo com mais nada.
Estou livre.
Estou vivo.

(Jorge Marques da Silva)

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