Refugio do encostado.

Por Jorge Marques da Silva – 24/01/2013

Olho mas não vejo.
Falo mas não penso.
Escuto mas não entendo.
Crio mas não cumpro.
Escrevo mas não faço.
Observo mas não mudo.
Exijo mas não cumpro.
Acredito mas não declaro.
Ajoelho mas não prometo.
Sou homem sem palavra.
Sou homem sem responsabilidades.
Pra que responsabilidade se tudo chega.
Uma sanguessuga, um parasita.
Sou mantido.
Finjo que faço.
Fingem que acreditam.
E assim vou caminhando.
Não muito porque cansa.

Enquanto isso, atrás do palco faz-se de tudo para manter aquela ilusão criada.
E quando os braços se cruzam no peito o que resta é a lembrança de que na frente era tudo fácil, o difícil estava por trás.
E agora?

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