Escrito por Simone
Guerra, Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato e Vólia Loureiro.
Existem
homens românticos à moda antiga nos dias de hoje? Realmente os tempos mudaram e
hoje predomina o modernismo.
Acredita-se
que está cada vez mais raro encontrar um homem que seja realmente romântico,
que valorize de verdade sua companheira.
O
romantismo é indispensável para se manter um relacionamento. As mulheres
necessitam desse romantismo e não querem abrir mão dele.
Antes
de escrever o texto, liguei para três amigas e perguntei o que elas querem em
um homem e todas sem exceção, responderam: homem romântico, destes que ainda
mandam flores. O que vale é a intenção, não importa o tamanho da atitude, mas
sim o que representa.
Sinto
saudades, mesmo sem ter vivido essa época, em que os homens eram cavalheiros,
aqueles que fazem de tudo para conquistar uma dama: mandam flores, escrevem
poesias, fazem declarações, puxam a cadeira, abre e fecham a porta do carro
para você, seguram em sua mão para subir ou descer o degrau, esbarram em alguém
pedem desculpas e cedem o lugar para você sentar. Igualzinho nas cenas de
filmes. Acho muito fofo tudo isso! O romantismo e a ternura podem ser acordados
dentro de você.
Muitos
dizem que o romantismo está fora de moda e que hoje as mulheres são mais
independentes. Um grande equívoco quem diz que mulheres não querem demonstrações
de sentimentos românticos de seus parceiros. A maior intenção é ser valorizada.
O
que terá acontecido para que o romantismo de antigamente tenha praticamente desaparecido?
Talvez o movimento feminista tenha “assustado” o lado romântico dos homens, que
preferem mostrar-se como “garanhões”, aquele que tem “pegada”, e consideram
fraqueza, falta de masculinidade, a delicadeza e o romantismo de antes.
O
imediatismo da vida atual também deve ter a sua parcela de culpa nessa
história. Depois que o sexo virou bem de consumo, a quantidade tomou o lugar da
qualidade e não há mais tempo para a conquista, para o olhar cheio de
promessas, o leve roçar das mãos, os poemas de amor, as serenatas em noites de
luar. Ah, sinceramente! O “ficar”, depois de certo tempo deve ser tão maçante.
Acho que estamos perdendo a magia da conquista, do romance.
Hoje,
algumas mulheres prestam muito mais atenção ao corpo sarado do rapaz e ao carro
que ele dirige, do que ao seu comportamento e com toda certeza, decepcionam-se
no final. Está certo, que como diz o poetinha: A beleza é fundamental, mas
porque não temperar isso com a atitude gentil, o cavalheirismo de antigamente?
Será que teremos de nos satisfazer com o corpo e o comportamento de
trogloditas, que os homens assumem na atualidade?
Não
acredito que o romantismo esteja fora de moda. Acho que, lá no fundo, todas as
mulheres ainda sonham com o príncipe encantado, que não vira sapo no dia seguinte.
Ainda desejam receber flores, palavras de amor sussurradas ao ouvido,
bilhetinhos e presentes inesperados.
Não
precisamos fazer dieta de carinho, de romantismo, afinal, não engorda, não faz
mal para a pele, não aumenta o colesterol, nem dá celulite, e faz um bem enorme
à alma! Devemos ser mais exigentes e demonstrar aos nossos homens, o quanto o
romantismo faz bem à relação. O amor é o alimento da alma.
Quem
disse que com a revolução sexual o romantismo acabaria, enganou-se.
Homens
e mulheres nunca deixaram de ser românticos. Alguns fingem, outros preferem nem
falar no assunto. A sociedade ainda é machista, apesar de todos os
avanços, ser romântico para alguns significa ser “fraco”. Oh! Fraqueza boa!
Psicólogos
e sexólogos acham que o amor romântico, aquele de filmes, como as doces
comédias românticas de Hollywood, esse acabou. Digo que os “especialistas”
estão enganados. Homens e mulheres ainda emocionam-se e até choram, quando
assistem filmes românticos. Alguns, até gastam fortunas para um pedido de
casamento inusitado. Tipo uma “caça ao tesouro” em Nova Iorque, que leva a uma
joalheria, onde o noivo aguarda com um lindo e caro anel.
E
aí alguns perguntam por que os filmes da “Saga Crepúsculo” fazem tanto sucesso?
Evidente que nem preciso responder.
Sim,
estamos carentes do romantismo, substituídos pela praticidade da vida, das
cobranças, da falta de tempo e até pela luta por igualdade. Mas, quem não gosta
de ser surpreendido com um gesto de carinho? Falamos de mulheres, mas os homens
também sentem falta daquelas demonstrações de afeto que fazem os dias mais
gratificantes.
Aquele
bilhetinho simples, despretensioso, deixado sobre o travesseiro ou sobre a mesa
do café, ou, por que não, pregado na porta da geladeira em meio a outros
lembretes? Por que não chegar em casa com flores, numa segunda feira comum? Ou
deixar um poema lindo junto aos objetos pessoais?
Ligar
no meio do dia só pra dizer "alô"? As flores podem ser do jardim de
casa mesmo. O poema copiado em folha branca. O telefonema, apenas dois minutos,
não importa. O que se busca é a gentileza, a capacidade de fazer com que a
outra pessoa se sinta amada, querida, desejada. É ela saber que faz parte da
vida do outro e não uma simples presença.
São
gestos assim que fazem nosso coração bater descompassado. Desenham sorrisos
bobos que iluminam nossos olhos. Fazem os dias valerem a pena. Despertam-nos o
desejo de voltar para casa, de contar os minutos para o próximo encontro...
Não
que o romantismo tenha acabado ou que possamos culpar o mundo moderno. A culpa
é de nós mesmos que fomos permitindo que tudo fosse ficando breve demais. E
aquele piscar de olhos, aquele olhar mais intenso de algumas gerações passadas,
resumiram-se a beijos intensos em qualquer lugar, e o que está valendo é beijar
vários em uma noite, apenas. E depois as pessoas vêm reclamar que está difícil
encontrar alguém para uma relação séria e quem sabe para sempre. Como bem
sabemos, para que exista romantismo é preciso doar romances. Não está faltando
apenas homens românticos, mas sim pessoas, homens e mulheres que possam se
entregar um ao outro com compromisso.
O
mercado das relações está gritando por gestos à moda antiga. E quem não gosta
de receber mensagens na madrugada, e-mails amorosos que falam de sentimentos?
Quem não gosta de flores, bombons, beijos carinhosos espontâneos, abraços de
conforto e mãos dadas de amizade verdadeira? Todos gostamos, mulheres e homens!
Desconfio que as pessoas precisam viver romances intensos e verdadeiros, do que
momentos de paixão de uma noite ou alguns dias, porque o sucesso momentâneo das
relações sem romantismo é a reclamação dos românticos.
Cada
um com os seus romantismos e conceitos modernos, enquanto vamos sonhando
secretamente nossas vontades de um amor para sempre à moda antiga.
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