Carta escrita por Rodrigo Sanchez Marques da Silva em 05 de Maio de 2011, dia em que saiu de casa para ter a liberdade de viver por si só.
Pai! Acho que em minha mudança não cabe o sentimentalismo oriundo as partidas.Quando sai de Peruíbe não esperava que eu fosse encontrar uma pessoa tão retilínia, provida de tantos adjetivos positivos.
Penso que no decorre do tempo nos transformamos em parte integrante um do outro.....como se o mundo se importasse com isso.....no entanto tenho muito a agradecer em relação a acolhida, conselhos, reprimentas pacíficas, bem como bebedeiras que compartilhamos.
O mundo é muito grande, com uma infinidade de seres, mesmo assim você é um dos raros, é um dos imortais do poema de Hesse.
Existem seres que almejam a vida inteira ser homens, uns por sorte chegam a ser homens da cintura para baixo, outros que são metade homens e metade sapos, mas independentemente de lograrem ou não em seu intento, todos tendem ao mesmo fim, todos provieram do mesmo início: as mães.
Suponho que a humildade, a inteligência, a paciência e o desprendimento de bens materiais sejam suas maiores virtudes. Teimosia e implicância, seus maiores defeitos.
Acho que auferi muitos ganhos com o tempo que convivi com você, com a Vida e os demais integrantes da família.
Neste tempo aprendi a amar meus irmãos, a conviver com diferenças discrepantes, conviver com hábitos que sempre repugnei.
Sei que tenho uma divida babilônica com você, pagarei com a minha gratidão.
Em todo início reside uma ruptura. Não sei bem ao certo o que quero, muito menos sobre os caminhos inóspitos que transpassarei, apenas espero cehegar a um lugar que me traga refrigério e paz de espírito.
Desejo de todo o coração que você alcance seus anseios, que realize seus sonhos mais entranhados, e que se um dia precisar de alguém que te ampare, possa contar comigo, como eu sempre contei com você.
Os mistérios da vida inexplicável não tentarei desvendar, muito menos contestar verdades irrefutáveis, mas espero chegar à algo que não sei bem ao certo. Sei que o mundo não é bom como contos de fadas, no entanto, sei também usar de açoite quando me tratam com brutalidade, entrementes sei também prover carinho para quem me despende afeição. sei que isso não é o bastante para sobreviver em um mundo conspurcado, mas ajo de boa fé.
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