PENSAR E ESCREVER

Por Jorge Marques da Silva (16/08/2014)

Falar de amor
Todos querem
Todos pedem
Fácil falar
Difícil entender
Complexidade do ser
Sair do perceber
Delirar no conter
Razão no crer
Coração entender
Desejo reter
No só perceber
Longe de ser
Perfeição querer
No conter revelar
Num instante delirar
Escrever pra que!
A caixa olhei
Se falar bem sei
No amor criei
E assim!
Pausa criar
Deixar pensar
Pra você criar

SENTADO EM UMA SALA

Por Jorge Marques da Silva , Rodrigo Sanchez e Cristiano Simon (16/08/2014)

Sentado em uma sala
Um cigarro apagado
Um isqueiro jogado
O chão se torna abstrato
Simples reflexo
Nuvens que morrem
Bebida que torna
Vida que nasce
Delírio da mente
Receita da gente
Pingente vermelho
Pernas em eme
Criança incipiente
Alguém não nasce
Pensamento uterino
Nada embala
Bala me torna
E o revolver
Sonho explodir
Minha vida
Ninguém morria

MESCLA DEDICADA

Por Jorge Marques da Silva (16/08/2014)

Lançado
Aspirado
Trilhado
Detonado
Mescla dedicada
Semblante traçado
Braços esticados
Pés encostados
Lados acompanhados
Ouvidos estalados
Delírios declarados
Não és latrina
És propina
Termina aqui
Fui
Apaguei
Dormi

ESTAMOS LARGADOS

Por Jorge Marques da Silva e Rodrigo Sanchez (16/08/2014)

Estamos largados
Descartados
Rasgados
Putrefatos
Caídos em um mar de cinzas
Somos um nada
Simples pedaço de terra
Luta pelo tudo
Briga pelo nada
Mãos
Braços
Cabeças
Espalhando-se pelos ventos
Um dia
Uma noite
Luzes cortando o céu
Donos de uma verdade
Invertida na ignorância
Deitada no delírio
Puta que o pariu!!!!!!
Pariu pra que?
Tendencioso prazer
Delirante deleite
Só temos o gozo
E do amor nada
Somos da mesma mãe
No banheiro nascemos
No mundo crescemos
E ali morremos
Jogados na sarjeta
Desprezados por eles
Que se denominam salvadores
Heróis de fachada

EM BUSCA DA MINHA VERDADE

Como saber, como ter certeza
Meus pensamentos se confundem
Parece que nada sei
Andar para frente, ou voltar
Voltar, ou andar para frente
Ficar parado esperando dias melhores
Sair correndo para o desconhecido
Entregar-me de corpo e alma
Sentar e acreditar em sonhos
Acordar no meio do abismo
Sonhar no paraíso
Dois caminhos
Tranquilidade
Desafio
Coração pede
Alma clama
Destino comanda
Vou ao encontro
A verdade busco
O caminho escolho
Olho pra trás
Tarde demais
Na curva perdi
Tarde de mais
A verdade se foi

Por Jorge Marques da Silva

07/09/2013

ENGODO HIPÓCRITA

Uma sala.....Uma mesa
Todos sentados.....Várias línguas
Uma Babel disfarçada
Todos sorrindo
Fingindo que se entendem
Doce ilusão.....Doce mentira
Tomada de decisão
Decisão de que
Daquilo que interessa
Interessa há quem?
Há quem não interessa.....interessa pra quem
Todos levantam
As mão se apertam
Só falta anunciar
Se colocam ao centro
Se sentem deuses
Os ratos se aproximam
O anuncio é feito
Um engodo hipócrita
Os ratos retornam as suas tocas
Felizes e alegres com as migalhas jogadas ao chão
Os deuses a sala retornam.
E em largas risadas declaram a missão cumprida

Tá vendo, só basta algumas migalhas
Usted ve, apenas unas migajas.
Vedete, solo poche briciole.
Vous voyez, juste quelques miettes.
You see, only just a few crumbs.

Por Jorge Marques da Silva

22/10/2013

DEUS E O HOMEM

Do alto de seu trono
Como um ser todo poderoso
Não és nada
Deixe seu trono
E vinde a mim
Um pobre moribundo
Largado na sarjeta
Lhe mostrarei que és
O todo poderoso
É aquele que
Esta dentro de mim
E tu chamas pelo nome de Deus

Não sou teu
Nem és meu
Sou teu fim,
Teu eu
E o que seja
Vinde a mim
O que seja
E seja em mim o que sou
Sou teu
E tu és meu
Sejamos nós
E cada um por nós

Escute esse pobre moribundo!
Olhe pro céu!
Seu trono de nada vale.
Arrependa-se!
Ajoelhe-se e diga
Venha a mim o seu reino
 E a ti seguirei
Pois a tu pertence a luz
O caminho e a verdade
Não sou digno do trono que sentava
Tu és o verdadeiro tudo
Carregas a luz no coração
Que assim seja

Sou apenas a voz dentro da voz
A verdade bem dita
A realidade dentro da irrealidade
Vende a mim o que não és
Seja em mim o que te quis
Seja em ti o que te vir
Sou teu, mas não és meu
És de mim, mas não és meu
Tu te quiseste
E vós te fizestes
Sejamos nós
No entanto não és meu.
Nem tu és meu
Quero-te meu
Quando não fores meu
Sejamos nós
Para não estarmos sós

Descobriste quem sou?
Com certeza não descobriste
Pois tu és homem
Não tens nada.
Só tens o trono que ostentas
Não vale pra nada
Vale apenas para tu sentar
Regozijar aquilo que não fez
Se sentir que pode
Lembre-se!
Desça desse trono
Tu não és nada
Sou a luz que te criou
A mim seguiras pela luz

Sou o vento que te conduz!
A luz que te abrilhanta!
Quem és tu?
Sou teu agora e teu depois
Não existirias sem mim
Sou teu começo e teu avesso
Quando mundo fui eu já era
Quando serás eu já serias
Fiz e tu não viste
Fez e eu admirei
Quase chegou a mim
Pena ser homem
Enquanto eu fui Deus

Então chegaste ao fim?
Descobristes quem és este moribundo?
És meu homem!
Pobre homem do meu erro
Trono largado
Luz ofuscante
Um reflexo
Veja-me, revelo-me!
Seja em mim o que nunca foi
Me descubro
Sou Pai
Sou Filho
Tenho a luz
Fui pai antes de parir.
Antes de fecundar
Antes de tu ser
Por ti nasci, por ti morrerei
A luz me guiara e a ti retornarei
Vem-me a mim o que pensei que tu serias!
Então a ti entrego meu coração
A minha luz
E nos seus braços fecharei meus olhos
Entrega-te
Abrace-me e morra

Somos
Fomos
Seremos

Fui por ti
Por mim fomos
Por nós seremos

Por Rodrigo Sanchez & Jorge Marques da Silva

29/05/2013

FALÁCIAS DE UMA VIDA

Procuro respostas
Respostas são dadas
Entendo a verdade
Mentira convincente
Homem se cria
Obrigação definida
História contada
Realidade inventada
Motivo aparece
Intenção envelhece
Ideal cresce
Idade aparece
Cansaço
Desgosto
Desilusão
Tempo passa
Tudo é graça
Luz se apaga
Tudo acaba
Fim de história


Jorge Marques -14/01/2013

UM HOMEM, UMA BRINCADEIRA

Noite é tarde
Escuto um choro
Ele nasceu
Fico feliz.
O tempo passa
Ele cresce
Mundo criado
Comida na boca
Prato lavado
Dinheiro no bolso
Descanso mantido
Sou engado
Criança protegida
Homem crescido
Exigências contidas
Vida tranquila
Dia nasce
Escuto vozes
Já é meio dia
Foi embora
A responsabilidade ficou
Noite chega
As estrelas no céu
Coração apertado
Erro não concertado
O choro vem
A vida é assim
Uma criação
Uma evolução
Uma história
Pena! ....As palavras acabaram
A realidade é essa
Quis assim e assim deixei
Paciência! .....Amanhã nova jornada.


Jorge Marques -14/01/2013

O MUNDO MUDADO, UM ENGODO

Ideologia criada
Temos uma causa
Lutamos de braços dados
Empunhamos bandeiras
Somos felizes
Somos alegres
Somos divertidos
Pensamos
Agimos
Nos reunimos
Construímos um templo
Ajoelhamos
Mãos ao alto
Promessas faladas
Realidade distorcida
Verdade deturpada
Fomos enganados
O fim chegou


Jorge Marques - 14/01/2013