Fica definido que a pedra que nos
estorva,
Será o pó que a gente cheira.
No fim da noite.
Os primeiros raios de sol se fundem com
o calar da lua.
Cambaleando de lado a lado.
Cambaleando de lado a lado.
As sarjetas! Meu anteparo.
O celular! Meu companheiro.
Cambaleando me perco.
Não me encontro.
Momento oportuno.
Momento oportuno.
Na curva vejo.
Sinal da lucidez.
Sinal da lucidez.
Holofotes que se apagam,
Meu eu fugaz na noite sem nexo.
E o alumínio se funde ao ferro,
O mercúrio percorre o lúbrico corpo.
Gozos perdidos no silêncio profano da
noite.
Carreira sem carreira,
Fumo sem cigarro.
Me perdi na noite que já era dia!
E no contexto do nexo me vejo.
Fundindo-me na alma.
Alma que me segue.
Desejando uma trilha desconexa.
Uma aspiração com sabor de mato.
Mato na palma, que entre os dedos
queimados se transforma.
Inevitavelmente voando.
Ludibriando corpo e alma, no êxtase do
nirvana.
Antecipo o carnaval,
A batida do candomblé ritma o coração.
Olhos vidrados em um horizonte perdido,
Figuras perdidas na certeza do não
saber.
Coro de vozes.
Linha que nos leva ao clímax.
Perdido nas ruas sem bairro,
Bairros sem cidade,
Cidades sem estado,
Estado sem país,
Eu sem cidade, estado ou país.
Sou a unidade do eu.
O ser no vazio do universo sem Deus.
Rodrigo Sanchez e Jorge Marques da
Silva
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