Por mais
complexo que seja a verdade é que todos nossos pertences continuaram a existir
após nossa morte de modo que em vida temos por obrigação deles usufruir não
primeiramente em benefício próprio, mas sim pô-los a disposição a critério de
precisão, não importando quem precise.
Seja altruísta,
ore, persevere e por resto peça perdão por suas falhas cometidas. Tente ser
melhor sempre, ainda que unicamente para alimentar o ego, a megalomania, a
teomania, o importante é que você cresça, desenvolva e faça descobertas que
ajude a humanidade em seu processo de desenvolvimento.
Não que
seja minha intenção fazer deste trabalho uma obra de auto-ajuda, longe de mim,
malogrado mandrião, ter o condão de ajudar outro humano. O máximo que consigo é
encher-me de todo entusiasmo e lutar para tentar mostrar-lhe este fará as
descobertas que ainda faltam-lhe ao amadurecimento espiritual.
Cada pessoa é um sistema onde a velocidade é diferente,
mas o resultado de toda a equação é sempre igual. Deus ama-nos por completo e
deu a cada um uma quantidade de talentos de modo que aquele que dez recebeu e outros
dez desenvolveu é tão útil quanto aquele que havia recebido somente cinco e
outros cinco desenvolveu. Mas aquele que recebeu um único talento e o escondeu,
devolvendo-o sem trabalhá-lo, é um projeto fracassado. Melhor lhe teria não ter
existido. De modo que cada um em seu tempo atinge a compreensão que somente o
perdão liberta. O coração que se enrijece até o fim há de ser destruído e
quebrantado pelo amor, ainda que após a morte. Em vida, devemos aprender que ninguém
tem direito a nada, pois tudo a Deus pertence, incluindo nossa matéria física a
qual sem o sopro divino jamais existiria.
A igreja católica prepara seus fieis durante anos em
um período conhecido como catequese para que entrem em comunhão com o Criador
de modo que o ‘espírito santo’, personagem da santíssima trindade e o corpo
humano passam a ser uno. Assim Deus em nós habita! Não precisamos sofrer e/ou
nos ocupar projetando como matar aquele que nos ofendeu injustamente. E sim
orar para que ele encontre por si seus próprios erros, e ainda que este não
encontre não é necessário repensar na situação.
A vida encarrega-se de corrigi-lo em algum momento. São leis universais infalíveis,
coercivas, imperativas e generalizadas. Estamos todos interligados e só
evoluímos individualmente à medida que contribuímos para a evolução coletiva.
O Estado absurdamente usurpou para si a função de
coerção dos indivíduos, interna e/ou externamente. O que a meu ver é uma
falácia, uma ojeriza aos direitos naturais que o próprio Deus nos concedeu
dando-nos o livre arbítrio, o condão de fazer ou não (facultas agentes). A
reclusão jamais teve eficácia, ao contrário, é uma tortura cuja finalidade é
punir às pessoas por seus erros. Já lhes admoestando, que mentem todos aqueles
que dizem que o sistema carcerário brasileira visa à retificação de seus
detentos. É bem simples, imagine-se trancado em um cômodo três por quatro, sem
contato com a sociedade, sem poder correr, ter tranqüilidade para estudar e até
mesmo não poder buscar ajuda em algum templo. Dividindo esse cativeiro de
energia negativa com mais pessoas. Um depósito de seres humanos desprovidos de
compreensão para alcançar o amor. Até aqueles que possuíam o bem em seus
corações, permanecem incertos de tal modo que ao saírem não conseguiram jamais
a recuperação psicológica. Desvanece-se neste lugar a bondade de Deus.
Descartamos nosso irmão com problemas, justamente aquele que mais precisa de
sociabilidade para se recuperar. Entregamo-no para ser violado sexualmente,
feito escravo, passar fome e frio, uma constante depressão sem qualquer válvula
de escape exceto as drogas que a um preço altíssimo são utilizadas, tornando o
individuo ainda mais desgraçado. Assim é dia após dia, uma viciosa rotina, sem
nenhum benevolente bridão. Até que chegue a morte e fim, um problema a menos ao
grande sistema.
Vituperando a consciência, ninguém escolhe como será
seu DNA ao nascer. O correto é que o soberano abraça-se a todos os seus filhos em
seu nascimento, sem distinção, como prevê em nossa constituição no capítulo dos
direitos e garantias fundamentais, no primeiro capítulo (dos direitos e deveres
individuais e coletivos), “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, á igualdade, à
segurança e à propriedade...”¹. Garantindo a possibilidade de que os normais sejam sectários
da filosofia do amor ao próximo, e os não normais recebam tratamento especial. Ora,
justiça nada mais é que tratar os normais como normais e os anormais como
anormais.
Está aí um dos grandes dissídios do ‘contrato social’.
É função do Estado, manter a ordem social tendo esta como base o primado do
trabalho e o como objetivo o bem-estar e a justiça social, tal qual apresenta o
artigo 193 da Constituição Federal. Penso que o Estado não tem mérito para julgar
ninguém, embora afirme que se faz necessário essa injustiça no presente, visto
que, a humanidade ainda não atingiu um nível de compreensão para perdoar como
sabiamente ensinaram Jesus Cristo e outros tantos líderes.
O mundo tornaria um caos afirmam aqueles que estão
sendo beneficiados pela situação como escusa para evitar possíveis sublevações.
Sinceramente, não digo que estejam errados num primeiro momento, também
ressaltando essa possibilidade, mas ao desenvolver nossa capacidade de perdoar,
vamos-nos tornando mais parecidos e próximos do próprio Deus.
Sonho vivenciar
essa magnífica harmonia com meus irmãos aqui na Terra, tal qual imagino ser o
paraíso; almas vivendo em paz profunda, perdoando e buscando compreensão.
Na condição de cristão acredito nas leis divinas
instituídas pelo Cristo e o aceito como autoridade suprema. Análogo seu
ensinamento ao que os jurisconsultos estudam como normativismo; teoria esboçada
por Hans Kelsen² explicando
a energia reguladora que está acima de qualquer constituição.
As regras cósmicas controlam indiretamente todos os
Estados de nosso planeta como diretamente o faz em todos os outros pontos do universo.
São auspícios de ação e reação infalíveis. O Mestre veio apresentar o perdão
como clausula pétrea para quem almeja a perfeição, advertindo àquele julga que também
será julgado!
Adolf Hitler; corajoso soldado condecorado com o
‘emblema da ferida’ durante a primeira guerra mundial, excelente líder
político. O Führer que em uma década retirou a Alemanha da desgraça proveniente
do tratado de Versalhes e fez-lhe o maior potencial bélico da Europa, será
eternamente lembrado não pela dedicação ao país pelo qual lutou por toda vida e
sim pela condenação de suas teorias anti-semitismo e pureza racial.
Pergunte-se colega leitor, se o poder não está
disfarçadamente fazendo o mesmo. Descartando ladrões, drogados, homossexuais,
ébrios, assassinos, que em sua maioria após um estudo aprofundando, consta-se
que não tiveram condição psicológica para evitar suas ações. Estes já
apresentam desde a exigência da infância sinais quanto à personalidade futura, ratificando
que ninguém escolhe como será seu DNA.
Somos diferentes e cada um individualmente tem seus
desejos; um desejou veemente ir a Lua, sempre foi essa sua curiosidade, fato
que lhe motivou a se preparar pra isso, estudando muito e mantendo uma linha
regrada de vida. Outros estão vivendo embalados por torpores uma constante drogadição
que retrocede o sujeito à condição de incapaz pois já não mais está com ele o
discernimento. Devendo este ser inimputável. Embora, no plano real, será esquecido
pelo Estado que usa como escusa a sua biliosa vontade de cometer uma infração
penal, seu inevitável desejo de violar a lei, para jogá-lo na prisão, desejando
que de lá não saia com vida.
Meu amigo leitor, se não concorda que esta é uma forma
de eugenismo, sugiro que não continue a leitura a partir daqui. Lembre-se que o
Cristo veio e morreu na cruz pelo perdão de nossos pecados. Não existe este
falso debito a que nosso irmão é induzido acreditar possuir para com o demônio
ou com sociedade, aceitando do plano externo até suas vísceras permanecer no
calorento inferno da prisão, acreditando quitar assim uma já paga dívida.
Sensato foi Sartre ao dizer que o inferno são os outros.